Part I:  A raiva é um veneno e às vezes um combustível que nos move para direções erradas e nos afunda em outros sentimentos de baixa vibração como mágoa, ressentimento, decepção, frustração, desespero e um ciclo vicioso de retro-alimentação como depressão, tendências auto-destrutivas, isolamento e negativismo generalizado. Temos que aprender a conter e a lidar com a nossa raiva, não deixando que ela se torne um furacão de ódio, vingança e auto-depreciação. Diversos acontecimentos em nossa vida podem gerar raiva e provavelmente a raiva pode ser absorvida por nosso inconsciente por já estar no que é chamado de “Subconsciente Coletivo”. Por isso, também, não devemos provocar e depreciar as outras pessoas e sim respeitar todo mundo que não pensa, não age ou que não tem uma filosofia de vida ou religiosa igual à nossa, por exemplo. Não se deve excluir ninguém, nunca e em nenhuma situação. Mas vemos muito isso nas crianças e levamos essa “tendência de exclusão” para a nossa vida adulta. Esse processo de exclusão e preconceitos (incluindo jogo de interesses e panelinhas) são tão graves e maldosas, que além de traumatizar uma pessoa (que se vê cada vez mais isolada, desamparada e depreciada), pode arrasar com a vida social e financeira dela, por exemplo. Quantos sonhos, expectativas e esperanças já foram destroçados e arrasados por falta de apoio de uma mãe (que mesmo sem querer acaba favorecendo mais um filho do que o outro), de um professor (que numa cerimônia de formatura diz que pode contar com ele para o que der e vier, mas na prática, quando é procurado, já tem uma panelinha em volta dele que acaba o envenenando contra você) , de um amigo (que você pensava que podia confiar te trai ou não corresponde às suas expectativas ou não quer ou não pode se envolver nos seus “desafios”), de um marido (que tem medo da esposa, por exemplo, ganhar mais dinheiro do que ele e o abandonar de vez ou por se achar o “fodão” não quer que ela cresça e apareça mais que ele) ou de um chefe (que por não ter afinidade contigo ou por medo de perder o cargo para você, por exemplo, puxa o seu tapete, faz fofoca e dissemina mentiras sobre você e não te deixa brilhar e crescer numa empresa) ? O capitalismo e a religião, por exemplo, ajudam a isolar e a deprimir as pessoas.

Muito já foi dito em livros e artigos sobre a raiva e o ódio, mas eu gostaria de enfatizar a necessidade de termos pureza em nosso corpo, em nossa mente e em nosso espírito. A raiva é um agente poluidor, é uma impureza que contém uma “carga emocional negativa” (é o caso daquela pessoa que diz que se sente pesada) e temos que aprender a dissolver essa carga negativa (fazê-la simplesmente “desaparecer” de nosso sistema corpo-mente) e/ou aprender a transformá-la numa “carga emocional positiva” (permutação – transformar algo de ruim em algo de bom e de preferência com um mínimo de bom-humor por pior que seja a situação). É como diz aquele caso de um amigo falando pro outro: “não é que eu não acredito em D`us, é só que às vezes ele parece ter um pouco de senso de humor deturpado (fazendo referência ao teatro tragi-cômico de nossas vidas)”. Já ouvi pessoas dizendo que a raiva é o excesso do amor e não o contrário do amor. O contrário do amor dizem que é a indiferença (tanto faz quanto tanto fez ou não estou nem aí, são frases referentes à indiferença). A raiva cega e ensurdece as pessoas e estando poluídas e desorientadas (pois ficam com a visão e a audição deturbadas) acabam cometendo erros de julgamento (acho que fulano está me fazendo de palhaço, de bobo), injustiças, covardias, punições de todos os tipos e com o tempo essa poluição vai se enraizando dentro do sistema corpo-mente da pessoa e isso não traz nada de produtivo e de construtivo.

O interessante que eu percebo nas pessoas é que elas sabem direitinho o que fazer e o que não fazer e como se deve agir na maioria dos casos e das situações, mas quando a raiva entra ou reina no sistema corpo-mente ela pode deturpar a realidade e a pessoa começa a pensar ou reviver acontecimentos desagradáveis e até dolorosos e começa a agir de forma errada e desenfreada. Em nossos ouvidos e olhos contêm filtros ou canais (as pessoas muitas vezes ouvem e enxergam o que lhes interessa ou lhes convêm), os quais podem ser entupidos pela impureza que a raiva gera. Por isso, não devemos combater raiva com raiva. Em muitos casos, não devemos gritar com uma pessoa somente porque ela gritou com a gente, pois assim a raiva só se multiplica e toma proporções e consequências piores. Devemos combater a raiva com a pureza ! Somente a pureza é capaz de limpar esses filtros e canais que a raiva polui e a pessoa enraivecida consegue voltar ao seu equilíbrio. Uma das formas conhecidas para acalmar a raiva são os suaves movimentos de balanço, por exemplo, pois lembra o movimento de vai-e-vem do berço ou de nossa mãe nos dando aconchego e carinho (ninando). Deitar numa rede confortavelmente e deixar que ela balance levemente nos acalma. Sentar numa cadeira-de-balanço também.

A pureza que devemos buscar é tanto física quanto emocional, vibracional e espiritual. Obtemos pureza quando rezamos (ou oramos) buscando agradecer ao nosso Pai Celestial por tudo de bom e belo em nossa vida e pedindo por coisas boas para nós mesmos, para os outros e para todo o nosso planeta (que precisa bastante). Uma bela caminhada por um parque ou reserva ecológica ou mesmo na praia ajuda a nos purificar, assim como, passear em regiões montanhosas e com bastante vegetação. Banhos em rios limpos e observar a natureza e o céu noturno também são aconselháveis. A permutação também é essencial. Quando estamos entupidos pela raiva e o ódio podemos respirar fundo, fechar os olhos e dizer pra nós mesmos: “que toda a raiva que estou sentindo se dissipe instantaneamente ou se transforme em alegria, renovação, tranquilidade e equilíbrio”. Toda energia negativa pode e deve ser transformada em positiva, basta apenas querermos nos purificar e nos renovar de verdade, aprendendo a nos conhecer melhor e a desenvolver o nosso auto-controle, que é essencial para conduzirmos corretamente a nossa vida.