A quiroprática foi desenvolvida por volta de 1890 por um “terapeuta magnético autodidata” chamado D. D. Palmer. Após ter restaurado a audição de uma pessoa que estava precisando de ajuda por ter ficado há anos com surdez, observou a relação que existia entre o posicionamento das vértebras e as funções dos órgãos do corpo humano. Alguns pesquisadores dizem que essa pessoa (aparentemente o porteiro de um prédio vizinho ao lugar em que D. D. Palmer trabalhava – outros dizem que era o porteiro do prédio em que o D.D. Palmer fazia os seus atendimentos) estava com alguma vértebra da coluna cervical mal posicionada (outros afirmam que era alguma vértebra da região torácica que estava bem desalinhada – acham que provavelmente era a T4). O que é essencial enfatizar é que assim que Palmer empurrou o que parecia ser uma saliência na coluna dessa pessoa, ouviu-se um forte ruído e nos dias subsequentes a audição normal dela foi sendo restabelecida (de forma “milagrosa”).

Esse fato proporcionou o início do estudo e da teoria de Palmer sobre a importância do equilíbrio estrutural da coluna vertebral e a sua relação com o melhor desempenho do sistema nervoso e por consequência do órgão-alvo (o órgão, víscera ou glândula que se deseja tratar). Palmer acreditava que a cura do ser humano estava dentro dele mesmo e quando as vértebras ou troncos nervosos entravam em desequilíbrio, era apenas preciso dar um ajuste nessas estruturas para que o potencial de auto-cura pudesse atuar livremente promovendo o equilíbrio orgânico.

Por isso, Palmer era considerado um vitalista, naturalista, pois acreditava e filosofava sobre a necessidade do ser humano de utilizar cada vez menos fármacos para tratar desequilíbrios que poderiam ser corrigidos usando as mãos, o raciocínio e a total intensão de cura de um profissional qualificado. A partir de então, ainda no começo de 1900, Palmer fundou a sua escola para treinar pessoas a utilizarem as abordagens manuais de seu novo método de tratamento (ele já tratava seus pacientes com procedimentos manuais de cura magnética com excelentes resultados e escrevia bastante sobre esses casos de sucesso, o que serviu de base para a elaboração da quiroprática como um sistema terapêutico “independente” e “auto-suficiente”).

Ele ensinava que através da coluna vertebral e do sistema nervoso, a Inteligência Universal podia se conectar com a Inteligência Inata (do ser humano) e se o fluxo dessa conexão fluísse livremente por todo o sistema corporal, o resultado seria uma boa saúde, bem-estar e um excelente desempenho de todas as funções orgânicas. Bastava uma vértebra ou músculo entrar em desequilíbrio (assumindo uma posição desalinhada em relação aos seus eixos ideais estáticos ou de movimento), pressionando, irritando ou desregularizando alguma raiz nervosa e o resultado poderia ser traduzido em dor, inchaço e inflamação, dando origem às mais variadas enfermidades.

A avaliação e os procedimentos manuais de correção das estruturas que causam os desequilíbrios corporais são muito variados, alguns simples, outros complexos e muita filosofia e teorias foram sendo desenvolvidas ao longo dos anos, juntamente, com pesquisas sérias e exaustivas de muitos profissionais, para tentar explicar como exatamente a quiroprática funciona e como utilizar e melhorar sempre o seu potencial terapêutico. As teorias de Palmer foram tão efetivas e revolucionárias que são até os dias atuais ensinadas em outras técnicas terapêuticas chamadas de “alternativas e complementares” sem infelizmente nem sequer citar a sua autoria e o seu fantástico trabalho. O estudo da quiroprática e também da vida de seu criador, D.D. Palmer, é essencial para entendermos e valorizarmos todo o âmbito das terapias manipulativas e naturalistas que tiveram origem nos Estados Unidos (Palmer era norte-americano) e se expandiram pelo mundo todo.

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