A osteopatia se refere à um método completo de avaliação e tratamento, desenvolvido por um médico americano chamado Andrew Taylor Still por volta do ano de 1875.
Ele rompeu relações com os conhecimentos médicos de sua época ao constatar que pouco ou nada se sabia sobre a saúde e a doença e muito menos ainda sobre o funcionamento do ser humano.
A osteopatia não foi elaborada a partir de nenhum conceito médico ou neurofisiológico pré-existente. Andrew Still começou a utilizar a sua brilhante mente racional para tentar explicar as causas e efeitos de tudo que se refere ao que é conhecido como saúde e desequilíbrio no ser humano.
Em sua casa ou ao ar livre, numa época em que os Estados Unidos ainda eram um país predominantemente rural e agrário, começou a filosofar sobre as questões da vida, da natureza e do mundo em geral. Seus pensamentos resultaram muito mais em perguntas do que em respostas.
Com isso, ele iniciou a sua busca das respostas que precisava para avaliar e tratar corretamente as pessoas necessitadas conforme as leis da natureza. Esse foi o seu trabalho exaustivo por décadas, ou seja, a busca por um raciocínio lógico que focalizava na explicação das causas e efeitos de tudo o que ocorre no ser humano.
Isso contrastou profundamente com o que era feito, ensinado e aplicado nas escolas médicas tradicionais nos Estados Unidos. Essas escolas médicas eram baseadas nos padrões de pensamento que eram ensinados nas escolas médicas européias. Ao fundar a sua escola médica própria, a fim de disseminar e pesquisar mais amplamente os seus conhecimentos adquiridos, Andrew Still provocou mudanças positivas que foram determinantes para que atualmente exista tanto profissionalismo, métodos manipulativos e conceitos de terapia manual (procedimentos feitos com as mãos e que evitam o uso indiscriminado de administração de fármacos).
O seu sistema medicinal considera que o sangue é o principal fator de “construção orgânica”. Se o sangue circula livremente pelo corpo, há saúde, vitalidade e inteligência. Quem carreia o sangue pelo corpo são as artérias. Por isso, essas não podem estar obstruídas senão será originado todo um potencial de eventos que levará à diversos tipos de desequilíbrio. Esse é o principal fundamento da osteopatia: saiba qual é o percurso de cada artéria e arteríola no corpo humano e se certifique de que em toda essa trajetória ela não está obstruída ou sendo afetada por qualquer osso, fáscia, viscera e etc. Se estiver obstruída em algum ponto, corrija com procedimentos manuais específicos que respeitem e estejam de acordo com o funcionamento e as características de cada estrutura e de cada região do corpo humano.
A segunda maior preocupação da osteopatia é com os nervos e troncos nervosos. Conheça as características, a trajetória e as funções de cada nervo, quais são os músculos e órgãos-alvos, como eles atuam para o melhor funcionamento do corpo humano e etc. Somente esses 2 temas já citados, o estudo correto e aprofundado de todas as artérias e nervos, já garante que não será feito muita “coisa errada” com os pacientes e pode resultar numa vida inteira de dedicação e aprendizado. Andrew Still aplicava a osteopatia para tratar toda a infinidade de desequilíbrios e não apenas focava em dores musculares, por exemplo. Ele abrangia o corpo humano como um todo para que todo o sistema orgânico pudesse ter um melhor desempenho e estado de equilíbrio. Ele buscava equilibrar o sistema como um todo e nunca apenas determinadas regiões. Por isso, ele foi o pioneiro na concepção de globalidade corporal no mundo ocidental. E também foi o pioneiro de uma série de fundamentos e realizações que não caberia ser explicado nesse curto espaço.
Como pode-se concluir, a medicina osteopática é bastante simples, por ter sido desenvolvida baseada numa filosofia pessoal do dr. Still e ao mesmo tempo é muito complexa por envolver tanto estudo anatômico, morfológico e neurológico. O mais importante não é apenas seguir os fundamentos osteopáticos mas também observar os efeitos que os procedimentos manuais ocasionam com o intuito de comprovar tudo que foi ensinado e aplicado pelo brilhante dr. Still. O maior legado dele é: procure sempre as causas dos sintomas, pois nada no corpo é isolado, não acontece por acaso e a fáscia une tudo e faz com que tudo funcione em harmonia. Pense nisso, você pode aplicar a filosofia osteopática mesmo sem ter nunca participado de nenhum curso de osteopatia. Procure adquirir mais conhecimento sobre a osteopatia do dr. Still e melhore muito todo o seu próprio potencial terapêutico (lembrando sempre que em todas as profissões há bons e maus profissionais).